CASCAVEL – É esse o nome da festa que o Cowboy Saloon marcou para o próximo dia 29, uma quarta-feira véspera de feriado. Vai ser algo como uma reedição do “Sertanejo rodada dupla” que fizemos no início do ano em São Paulo, já que as atrações são as mesmas. Nós, Luc & Juli, que ainda não gravamos CD, e também Everton & Alex, que trabalham a divulgação de seu sexto CD – hoje, casualmente, eles e os músicos da banda estão embarcando para shows logo ali, em Roraima.
Aos que me leem em outras cidades e não sabem do que se trata, o Cowboy Saloon é a principal casa de shows e bailes cá de Cascavel. Frequento aquele lugar desde que abriu, em 1992, da festa da inauguração guardo até hoje uma daquelas tulipas metálicas próprias para tomar cerveja, se o Vanderlei Costa souber disso seguramente vai exigir que eu a devolva.
Tocar no Cowboy não chega a ser absoluta novidade para nós. Everton & Alex fizeram show lá há poucas semanas, apresentei a festa e citei-os, sem exagero algum, como uma das melhores duplas do gênero no Paraná – e olhe que pelas bandas de cá há muita gente boa no mercado.
A Juli também já fez show no Cowboy, quando era vocalista da banda Escorpios. Não sei se a Escorpios ainda existe, perdi contato com aquela galera faz muito tempo, talvez o Zé Valmir tenha dado um bico na música e fundado um consulado do Grêmio em qualquer canto do país. Foi em 2003, e lembro disso porque acompanhei-a lá, ainda nem namorávamos, e daqui a dois meses faremos dez anos de casamento. Quando digo “acompanhei”, é apenas porque fui junto, acho que dei uma carona a ela, algo assim.
Também já me apresentei no Cowboy, duas vezes. Uma foi num festival de música muito bacana que a casa formatou, acho que em 1994, eram quatro fins de semana seguidos, cada um com um estilo. Cada inscrição podia contar com cinco intérpretes e o grupo de jovens da igreja ali do Coqueiral me convidou para representá-lo na noite do sertanejo, a gente se conhecia dos festivais de música promovidos pelas igrejas, isso não existe mais. O festival também teve etapas com MPB, samba/pagode e gauchesco, nós ficamos em segundo lugar, ganhou uma dupla de pirralhos de uns 10 ou 12 anos – ocorreu-me agora que podem ter sido Everton & Alex, vou tratar de averiguar isso.
A outra vez em que me apresentei no Cowboy Saloon foi fruto de, hã, uma tremenda casualidade. Poucos sabem dessa história, mas mais ou menos nessa mesma época apareceu em Cascavel, e sumiu pouco tempo depois, um sujeito bem parecido fisicamente com o Zezé di Camargo. E cantava igual ao Zezé. Conheci o cara numa casa noturna qualquer e foi questão de meia dúzia de palavras para formarmos uma dupla “Zezé di Camargo & Luciano Cover”. Fazíamos o nosso barulhinho nos botecos. Em determinada noite, acabamos tomando o rumo do Cowboy. Vanderlei estava por lá, com os convidados dele. Quando nos viu, chamou um dos integrantes da banda que tocava um baile gauchesco e determinou com a sutileza que lhe é peculiar que “era hora de curtir um sertanejinho”, e lá fomos nós, o Emerson e eu, improvisar uma palinha de uns 15 ou 20 minutos, o que facilitou bastante nosso objetivo naquela noite, que era o de arrumar umas namoradas, e tal.
Reminiscências bobas da vida noturna, enfim. O foco agora é o Duelo de Sanfonas. Que, se terminar empatado, terá sido um grande negócio para nós.